
Ruído vs silêncio
É evidente o quanto o silêncio impacta nossas vidas, porém não há como falar de silêncio sem falar de ruído, pois a ausência de um é a presença do outro. Nos dias atuais, o ruído tem feito parte do nosso cotidiano. Na maior parte do nosso dia convivemos com diferentes tipos de ruído, temos aqueles que não mais nos incomodam ou aqueles que geram em nós todo tipo de sentimento. Porém, o ruído no qual estamos abordando neste breve texto não é apenas uma mixagem de sons e frequências que nossos ouvidos captam, são também situações e circunstâncias que podem afetar nosso relacionamento com Deus. O ruído pode ser tanto interno quanto externo, desde nossos pensamentos mais intrusivos até ideias e conversas indevidas que não agregam em nada e nem trazem edificação.
Nas Escrituras Sagradas, o silêncio se apresenta de várias formas, quando é tempo de falar ou calar, como uma forma de resposta, como uma oportunidade de exercemos nossa fé, como uma oportunidade de termos uma reflexão profunda e ter paz ou como discernimento e sabedoria de ficar calado. Enfim, o silêncio nos ajuda a conhecer a Deus e conhecer quem nós somos em Deus, esse conhecimento com base no silêncio é sacrifical, pois nossa tendência é sempre falar e gerar ruído. Quando damos espaço ao ruído, o silêncio se torna ausente e na sua ausência, somos seres tolos, orgulhosos e sem discernimento. O silêncio não só contribui com nosso próprio crescimento, mas também com o crescimento e edificação do nosso próximo, pois quando sacrificamos nossa razão e emoção e deixamos o silêncio como resposta nos momentos de fúria, estamos evitando declarações desagradáveis e ofensivas contra pessoas a quem queremos o bem.
No entanto, perante todas essas questões, existe uma pergunta não menos importante: o que fazer quando vivemos o silêncio de Deus? Quando andamos ansiosos por uma resposta de Deus, mas não ouvimos nada e entramos em um certo desespero, esquecemos que a vontade de Deus é perfeita e agradável e que um dos pilares do nosso relacionamento com Ele é a fé que devemos ter e exercer Nele. Assim como o salmista expressou: "Esperei pacientemente no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor" (Sl. 40:1). Diante do silêncio de Deus, o que nos resta é ter fé e esperar, pois, Ele vai nos responder. Que o Silêncio de Deus não seja um motivo de abalo para nossa fé, mas seja uma oportunidade de nos reafirmarmos Nele, pois Deus jamais desamparará seus filhos (Sl. 22:24). Que o Silêncio seja presente nas nossas vidas para que possamos edificar e sermos edificados.
Autor: André Bérgamo
Categoria: vida cristã