
Obediência, um ato de adoração
Gosto sempre de pensar que a obediência, antes de tudo, é um ato de amor. Engraçado é que o título diz “um ato de adoração”, mas na verdade as duas coisas estão mais relacionadas do que imaginamos.
Quando leio o livro e a primeira carta de João, sempre me pego cativado pela maneira como ele parecia gostar (ou sentia a necessidade) de falar sobre o amor. Alguns o chamam de o discípulo do amor, e ele mesmo se autodenomina como “o discípulo a quem Jesus amava” (João 13:23), isso porém denota a identidade que ele tinha enquanto filho amado do Mestre.
No capítulo 4 verso 23, ele registra a seguinte fala de Jesus: “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” O mesmo discípulo, também escreveu em João 14:21 “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele”. De certa forma, o mesmo Jesus que diz para amarmos ao Senhor de todo nosso coração, alma, força e entendimento diz que o fazemos se obedecemos aos seus mandamentos. Esses são “os adoradores que o Pai procura”.
Jesus, durante sua caminhada aqui na terra como homem, ensinou sobre o amor de diversas maneiras, e sempre apontando para o relacionamento com o Pai, e João entendeu isso, se apegou a isso, que a relação com o Deus Pai é uma relação de amor. E por isso, quando o próprio Jesus diz que os que obedecem seus mandamentos são aqueles que o amam, não é porque nós obedecemos para amar mais ou sermos amados, mas por amá-lo e por sermos amados é que o obedecemos, dessa forma é que podemos adorá-lo da maneira correta.
Assim, a obediência não é um pré requisito para nada, nem uma prática com fim em si mesma, mas consequência de um relacionamento de amor. A adoração verdadeira ao Senhor vem do amor, e a obediência, um ato de adoração, é na verdade um ato de amor.
Leia agora 1 João 2:1-17 novamente:
¹ Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.
² Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo.
³ Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos.
⁴ Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele.
⁵ Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele:
⁶ aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou.
⁷ Amados, não lhes escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que vocês têm desde o princípio: a mensagem que ouviram.
⁸ No entanto, eu lhes escrevo um mandamento novo, o qual é verdadeiro nele e em vocês, pois as trevas estão se dissipando e já brilha a verdadeira luz.
⁹ Quem afirma estar na luz mas odeia seu irmão, continua nas trevas.
¹⁰ Quem ama seu irmão permanece na luz, e nele não há causa de tropeço.
¹¹ Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas; não sabe para onde vai, porque as trevas o cegaram.
¹² Filhinhos, eu lhes escrevo porque os seus pecados foram perdoados, graças ao nome de Jesus.
¹³ Pais, eu lhes escrevo porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu lhes escrevo porque venceram o Maligno.
¹⁴ Filhinhos, eu lhes escrevi porque vocês conhecem o Pai. Pais, eu lhes escrevi porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno.
¹⁵ Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.
¹⁶ Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo.
¹⁷ O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
Autor: Nicolas Rocha
Categoria: vida cristã